É engraçado que, um dia, quando atravessávamos o deserto do Novo México, que é paisagem vazia só cheia de ocres como uma lua maquilhada, deparámos com uma árvore metida numa espécie de altar de rocha. Naquele sítio era tão inesperada a pedra como qualquer fonte de vida. Soubemos por isso o que era sentir, em plenitude, o espanto.
Mais tarde disséram-nos que não era uma árvore mas sim um espírito afecto a um anterior corpo que ali, heróica e dignamente, tinha morrido e que a terra tinha feito crescer uma rocha para proteger a árvore dos rigores vingativos do sol.
E com voz lenta, nos disseram, também, que todos os bons espíritos devem ter uma rocha a protegê-los. Não me lembro como se chama aquele deus deles.
2 comentários:
É engraçado que, um dia, quando atravessávamos o deserto do Novo México, que é paisagem vazia só cheia de ocres como uma lua maquilhada, deparámos com uma árvore metida numa espécie de altar de rocha.
Naquele sítio era tão inesperada a pedra como qualquer fonte de vida.
Soubemos por isso o que era sentir, em plenitude, o espanto.
Mais tarde disséram-nos que não era uma árvore mas sim um espírito afecto a um anterior corpo que ali, heróica e dignamente, tinha morrido e que a terra tinha feito crescer uma rocha para proteger a árvore dos rigores vingativos do sol.
E com voz lenta, nos disseram, também, que todos os bons espíritos devem ter uma rocha a protegê-los. Não me lembro como se chama aquele deus deles.
E foi uma das árvores que guardei.
a árvore da Vida?
beijo
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